quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Então é natal...

NATAL SEM FOME
Autora – Regilene Rodrigues Neves


A realidade passando pelos caminhosLá não tinha sonhos nem poesiaA vida era sem amorEra a fome que doíaNa miséria dos casebresOlhares famintos de uma esperança vaziaCorpos vencidos de lutas e guerrasA mercê do próprio homem...Em muitos a marginalidadePrevalecendo dos anseiosOs vícios alimentando a matériaA ambição acrescida no espíritoSobras do ontem ignoradoA sociedade de roupa finaDesfilando hipocrisiaDisfarça a periferia que constrói suas ilusões...Castelos erguidos na areiaVão desmoronando nos morrosSentimentos alado vidas perdidasEscombros vão juntandoApenas manchetes do dia a diaMais uma página do jornalEsquecido no tempo...O natal chegando estampado nas vitrinesDos arranha-céus da selva de pedraChamando o próximo anoRenascendo nos coraçõesPlanos de paz de esperança...Transeuntes se apegamNos rojões que comemoramUm ano de turbulências que se despedeNo renascimento de um novoQue possa reconstruir o que fora perdidoNa realidade sem sonhos...O agasalho da fé se veste de fraternidadeRendemos-nos ao espírito natalino mais uma vezTentamos alimentar a fomeAquecer a alma de amorO filho de Deus renasce em todos os povosPor alguns momentos são esquecidas as doresQue flagelam vidas... Nações se abraçamO eco do natal se escuta nas badaladasDos sinos das SinagogasA noite explode colorida de alegriaAté mesmo para aqueles onde o amanhãSerá uma rotina na lista dos desenganos...A realidade que entra sem baterE deixa rastros de misérias...Carências... Guerras... Doenças...Nas aparências que adornamA sociedade no seu traje de fantasias...Quantos natais o homem precisaráPara construir uma nova realidadeQue possa renascer e findarEsse círculo viciosoQue espera mais um anoPara se alimentar de amor e paz?