quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sustentabilidade! Dicas de leituras...

O primeiro artigo da coluna Pensamento Sustentável de 2011, com o título “Para botar em dia a leitura sobre sustentabilidade”, gerou elogios, bons comentários e uma provocação que invariavelmente sucede a publicação de textos sobre livros, mas também filmes e até empresas sustentáveis. Resultado da fixação das pessoas por listas e rankings – que o sociólogo italiano Umberto Eco capturou bem no seu mais recente livro, a Vertigem das Listas -, alguns leitores cobraram deste especialista a indicação de um ranking dos “10 melhores livros” já publicados sobre sustentabilidade.

Tarefa complexa, por três razões. Primeira: sustentabilidade é um campo de conhecimento novo, multidisciplinar e compreende uma infinidade de subtemas e enfoques que, para serem perscrutados em sua totalidade, exigiriam um conhecimento, na maioria dos casos, muito específico em cada uma das diferentes Ciências – Exatas, Biológicas e Humanas. Em segundo lugar: a “audácia” de escolher os “10 melhores” só pode ser cometida, a rigor, por alguém que tenha lido senão todos, a grande maioria dos títulos sobre o tema. Não é o meu caso. Não creio que seja o de ninguém.

Em terceiro: à falta óbvia de indicadores objetivos e universalmente consagrados (maior vendagem não significa necessariamente maior qualidade), o processo de seleção de livros é e sempre será algo subjetivo. Livros diferentes provocam impactos diferentes em diferentes leitores.

Feitas tais ressalvas, e afastada, portanto, a pretensão de parir “a” lista, fico à vontade para eleger os “meus” 25 melhores de sustentabilidade. O leitor certamente terá os dele.


Para essa tarefa, convém recorrer a Waine Visser, professor do programa de Liderança em Sustentabilidade da Universidade de Cambridge, que já se deu ao trabalho de elaborar uma lista. Tem sua coordenação uma obra chamada Top 50 Livros de Sustentabilidade (editora Greenleaf, 2009). A partir de uma pesquisa feita com cerca de três mil líderes, ex-alunos da famosa universidade, Visser levantou os 50 melhores livros (veja lista ao final do artigo), registrando, nesse inusitado compêndio, o que considera o melhor do pensamento já produzido em sustentabilidade. Muitos desses livros já foram publicados no Brasil. A maioria pode ser obtida pela Amazom.com.


Uma segunda lista merece menção. Trata-se daquela em que a WiseEarth recomenda as 25 melhores obras (ver também ao final do artigo). Fundada por Paul Hawken, autor do famoso Ecologia do Comércio, um clássico lembrado com justiça na lista, essa organização global com mais de 20 mil integrantes se propõe a conectar pessoas interessadas na sustentabilidade. É uma comunidade de gente antenada com o tema.


Cruzando as duas listas, a acadêmica e a de especialistas, há seis livros comuns, cinco dos quais figuram no meu ranking pessoal dos “imprescindíveis.” Quatro estão na categoria “clássicos”, pois marcaram época, representando importante avanço no debate sobre as questões ambientais: (1) Do Berço ao Berço, de William McDonough e Michael Braungart; (2) Capitalismo Natural, de Paul Hawken, Amory e Hunter Lovins; (3) Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, e ainda (4) A Ecologia do Comércio, de Hawken – este último livro, vale lembrar, influenciou decisivamente Ray Anderson na famosa revolução verde que ele promoveu em sua InterfaceFlor. O quinto título, Colapso, de Jared Diamond, associa a extinção de algumas civilizações com desrespeito aos limites do meio ambiente.


Dos “top 50” da Universidade de Cambridge, incluiria na minha lista seis “clássicos”: (1) Gaia, de James Lovelock; (2) Small is Beautiful, de EF Schumacher; (3) Nosso Futuro Comum, de Gro Bruntland; (4) Desenvolvimento como Liberdade, de Amartya Sen, (5) Banqueiro dos Pobres, de Muhamad Yunus; e (6) Canibais com Garfo e Faca, de John Elkington. E também outras sete obras que considero, cada uma a seu modo particular, provocativas e inspiradoras. São elas: (1) O Relatório Stern, de Nicholas Stern; (2) O Capitalismo na Encruzilhada, de Stuart Hart; (3) O Fim da Pobreza, de Jefrrey Sachs; (4) Riqueza na Base da Pirâmide, de C.K. Prahalad e (5) o inspirador Espírito Ávido, de Charles Handy. Os outros dois, (6) A Corporação, de Joel Bakan, e (7) Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore, acabaram transpostos para o cinema, resultando em filmes polêmicos e interessantes.

Dos “top 25” da WiseEarth, tomo de empréstimo três para a minha estante essencial: (1) A Economia Verde, de Joel Makower; (2) A Vantagem da Sustentabilidade, de Bob Willard e (3) Plano B 4.0 – livro que tive a honra de editar no Brasil, em 2011, pela Ideia Sustentável.

Não constam de nenhuma das duas listas, mas certamente não faltariam na minha cesta básica da bibliografia da sustentabilidade, outros quatro títulos: (1) Inteligência Ecológica, de Daniel Goleman; (2) The Natural Step, de Karl-Henrik Robert; (3) A Empresa Sustentável, de Andrew Savitz; (4) Verde que Vale Ouro, de Daniel Easty e Andrew Winston.

Se essa lista servir para provocar o debate sobre livros, já terá cumprido sua função. Listas não devem ser objeto de consenso. Monte você também a sua. E, mais do que isso, comece a ler os livros que vão fazer diferença na sua formação. Em artigos posteriores, contextualizarei e justificarei algumas das minhas escolhas.


A lista Top 50 de Cambridge

(1) O Banqueiro dos Pobres, Muhammad Yunus (1999)

(2) Biomimetismo, Janine Benyus (2003)

(3) Blueprint para uma Economia Verde, David Pearce, Markandya Anil e Edward B. Barbier (1989)

(4) Business as Insólito, Anita Roddick (2005)

(5) Canibais com Garfo e Faca, John Elkington (1999)

(6) Capitalismo: Como se o Mundo Importa, Jonathon Porritt (2005)

(7) O Capitalismo na Encruzilhada, Stuart Hart (2005)

(8) Mudando o Rumo: uma Perspectiva Empresarial Global sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, Stephan Schmidheiny e o WBCSD (1992)

(9) O Ponto do Caos: o Mundo na Encruzilhada, por Ervin Laszlo (2006)

(10) A Corporação Civil: A Nova Economia da Cidadania Empresarial, Simon Zadek (2001)

(11) Colapso, Jared Diamond (2005)

(12) A Corporação, Joel Bakan (2005)

(13) Do Berço ao Berço, William McDonough e Michael Braungart (2002)

(14) O Sonho da Terra, Thomas Berry (1990)

(15) Desenvolvimento como Liberdade, por Amartya Sem (2000)

(16) A Ecologia do Comércio, Paul Hawken (1994)

(17) A Economia das Alterações Climáticas: o Relatório Stern, Nicholas Stern (2007)

(18) O Fim da Pobreza, Jeffrey Sachs (2005)

(19) Fator Quatro: um Relatório para o Clube de Roma, Ernst VonWeizsäcker, Amory B. Lovins e L. Hunter Lovins (1998)

(20) O Falso Amanhecer: os Equívocos do Capitalismo Global, John Gray (2002)

(21) Fast Food Nation, Eric Schlosser (2005)

(22) Um Destino Pior que a Dívida: a Crise Financeira Mundial e os Pobres, Susan George (1990)

(23) Para o Bem Comum: o Redirecionamento da Eeconomia para Comunidade, Meio Ambiente e Futuro Sustentável, Herman Daly e John Cobb (1989)

(24) Riqueza na Base da Pirâmide, CK Prahalad (2004)

(26) Gaia, James Lovelock (1979)

(27) A Globalização e os seus Malefícios, Joseph Stiglitz (2002)

(28) Calor: Como Parar a Queima do Planeta, George Monbiot (2006)

(29) Escala de Desenvolvimento Humano: Concepção, Aplicação e as Novas reflexões, Manfred Max-Neef (1991)

(30) O Espírito Ávido, Charles Handy (1999)

(31) Uma Verdade Inconveniente, Al Gore, 2006

(32) Os Limites do Crescimento, Donella H. Meadows, Dennis L. Meadows, Jorgen Randers (1972)

(33) Maverick, Ricardo Semler (1993)

(34) O Mistério do Capital: Por que o Capitalismo Triunfa no Oeste e Falha em Toda a Parte, Hernando De Soto (2000)

(35) Capitalismo Natural, Paul Hawken, Amory Lovins e L. Hunter Lovins (2000)

(36) Sem Logo, Naomi Klein (2002)

(37) Sociedade Aberta: Reformar o Capitalismo Global, George Soros (2000)

(38) Manual de Operação para Espaçonave Terra, Buckminster Fuller (1969)

(39) Nosso Futuro Comum, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1987)

(40) The Population Bomb, Paul Ehrlich (1968)

(41) Presença, Peter Senge, Otto Scharmer, Joseph Jaworski e Betty Sue Flowers (2005)

(42) A River Runs Black: O Desafio Ambiental para o Futuro da China, Elizabeth C. Economy (2004)

(43) Sand County Almanac, Aldo Leopold (1949)

(44) Primavera Silenciosa, Rachel Carson (1962)

(45) O Ambientalista Cético, Bjorn Lomborg (2001)

(46) Small is Beautiful, EF Schumacher (1973)

(47) Staying Alive: Mulher, Ecologia e Desenvolvimento, por Vandana Shiva (1989)

(48) The Turning Point, Fritjof Capra (1984)

(49) Unsafe at Any Speed, Ralph Nader (1965)

(50) Quando as Corporações Regem o Mundo, David Korten, 2001



Os Top 25 da WiseEarth

(1) Biomimetismo, Janine Benyus (2003)

(2) Confissões de um Industrial Radical, Ray Anderson (2009)

(3) Do Berço ao Berço, William Mc Donough e Michael Braungart (2002)

(4) Capitalismo Natural, Paul Hawken, Amory e Hunter Lovins (2000)

(5) Primavera Silenciosa, Rachel Carson (1962)

(6) Estratégia para a Sustentabilidade, Adam Werbach (2009)

(7) A Economia Verde, Joel Makower (2009)

(8) Indicadores de Sustentabilidade: Medindo o Imensurável?, Simon Bell e Stephen Morse (1999)

(9) Valor Sustentável, Chris Lazlo (2008)

(10) A Ecologia do Comércio, Paul Hawken (1994)

(11) O Fim da Natureza, Bill McKibben (1989)

(12) O Colar da Economia Verde, Van Jones (2008)

(13) The Natural Step for Business, Brian Nattrass e Mary Altomare (1999)

(14) A vantagem da Sustentabilidade, Bob Willard (2002)

(15) Tripple Bottom Line, de Andrew Savitz e Karl Weber (2006)

(16) A verdade sobre o Green Business, Gil Friend, Nicholas Kordesch e Benjamin Privitt (2009)

(17) Walking the Talk, Chad Holliday, Stephan Schimidheinny e Philip Watts (2002)

(18) Capitalismo: Como se o Mundo Importa, Jonathon Porrit (2005)

(19) Colapso, Jared Diamond (2005)

(20) Criando um Negócio Social, Muhammad Yunus (2009)

(21) Prosperidade sem Crescimento, Tim Jackson (2009)

(22) O Zeedbook: Soluções para um Mundo Cada Vez Menor, Dunster, Simmons & Gilbert (2007)

(23) Plenitude: a Nova Economia da Verdadeira Riqueza, Juliet Schor (2010)

(24) Plano B: 4.0, Lester Brown (2009)

(25) Permacultura, David Holmgren (2001)



Ricardo Voltolini é publisher da revista Ideia Sustentável e diretor da consultoria Ideia Sustentável.





segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Deputados e senadores que assumirem o cargo no dia 2 de fevereiro terão a importante missão de ajudar a determinar os rumos da educação para os próximos dez anos. A aprovação do novo Plano Nacional de Educação (2011-2020) deve ocorrer ao longo do ano de 2011 e a bancada da educação terá um papel fundamental nesse jogo. Alguns nomes de militantes antigos do setor estão fora do Congresso e novas caras chegam para reforçar o time.

Levantamento feito pela Educação junto às lideranças dos partidos, aliado a análises das antigas legislaturas, indica 33 nomes que deverão ter a educação como principal bandeira do seu mandato: 24 na Câmara dos Deputados e nove no Senado Federal. A maioria é dos partidos da base governista, o que, em tese, deve facilitar a aprovação de projetos da presidente Dilma Rousseff para o setor.

A bancada da educação não é tão consistente como a de outros setores presentes no parlamento, como, por exemplo, os ruralistas e os evangélicos. A defesa do direito à educação de qualidade é quase um discurso comum a todos os parlamentares, mas poucos têm atuação direta e acompanham as demandas e especificidades do setor. Tampouco têm reflexão mais aprofundada sobre o que, efetivamente, caracterizaria a qualidade. Mas para o atual presidente da Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara, Angelo Vanhoni (PT-PR), já existe uma consciência maior dentro das duas casas da importância do tema. Ele acredita que mais parlamentares estão envolvidos na discussão e que os interesses partidários têm ficado em segundo lugar.

"Tenho o sentimento e a percepção de que a educação ganhou a condição suprapartidária. Podemos divergir em questões pontuais sobre os caminhos e procedimentos para conduzir alguns temas. Mas discussões importantes, como a aprovação da PEC 59 [que, aprovada em 2009, ampliou a obrigatoriedade de oferta do ensino, antes, dos 7 aos 14 anos, para a faixa dos 4 aos 17 anos], tiveram um apoio e um consenso de toda a comissão", avalia.

Essa legislatura será a primeira após a aprovação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - e sua ratificação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - das regras da fidelidade partidária. Para o assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Marcos Verlaine Pinto, esse fator vai mudar a atuação das bancadas, independentemente do setor. A partir desse princípio, o político tem uma obrigação com seu partido e não pode desvincular-se dele, sob pena de perder o mandato. Assim, devem se reduzir os casos de parlamentares que adotam posturas contrárias às orientações partidárias e trocam de legenda em meio ao mandato.

"Os deputados e senadores já estarão atuando sob a fidelidade partidária. Com esse advento os partidos passarão a ter mais influência sobre as bancadas. Os temas vão continuar a ser tratados, mas sob a ótica dos partidos", acredita. Para o especialista, a mudança é positiva e criará um debate mais "democrático" já que os interesses de alguns grupos não devem ficar acima dos partidos.

"Já há uma maturidade no Congresso que estabelece uma diferenciação entre os interesses partidários e os que são comuns da população, do Estado brasileiro. Os temas são afetados pelos interesses políticos, é complicado separar isso. Mas vamos conseguir produzir um bom debate a partir dessa visão republicana de que os interesses específicos devem estar submetidos ao grande interesse do povo", acredita Verlaine Pinto.


Baixas

Na Comissão da Educação da Câmara, apenas metade dos deputados e senadores conseguiu reeleger-se. Alguns políticos que há bastante tempo trabalham com os temas da educação não conseguiram a reeleição. Entre eles os deputados Carlos Abicalil (PT-MT), Lobbe Neto (PSDB-SP), Pedro Wilson (PT-GO) e Rogério Marinho (PSDB-RN), além da senadora Fátima Cleide (PT-RN), atual presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado. Desses todos, a maior surpresa foi a não
reeleição de Abicalil, parlamentar que teve ativa participação nos debates da Conferência Nacional de Educação (Conae-2010), evento que produziu as propostas de base para o Plano Nacional de Educação. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) se reelegeu, mas já foi designada para assumir a Secretaria Especial dos Direitos Humanos.


Renovação

Dos 33 nomes levantados pela reportagem de Educação, 22 são novatos. Para a vice-presidente da CE no Senado, Marisa Serrano (PSDB-MS), os novos parlamentares eleitos ajudarão no debate sobre o PNE e outros temas importantes que estarão na pauta em 2011, como a proposta de reforma universitária, apresentada ainda na gestão de Tarso Genro à frente do Ministério da Educação. Ela concorda que a educação é um tema prioritário para todas as legendas, mas destaca que cada um dos lados tem visões diferentes sobre o assunto

"A educação é uma das grandes questões nacionais, mas cada partido tem sua visão própria. A questão da meritocracia, por exemplo, é algo muito caro aos tucanos, é uma questão presente nos nossos governos, seja em São Paulo ou em Minas Gerais", compara a senadora.

Entre os parlamentares identificados como ligados à educação, 22 serão da base de Dilma e oito da oposição, além de representantes do PV e do PSOL, que costumam votar de forma independente. Pelo menos oito deputados e senadores têm ligação com o movimento sindical e devem defender os interesses dos trabalhadores da educação dentro das duas casas. Sete deles têm maior ligação com o ensino superior, especialmente o público.

Para Vanhoni, o debate sobre educação já conquistou o poder legislativo "suprapartidariamente". "A demonstração está se dando na prática com mudanças na Constituição e aprovação de leis que institucionalizam programas para garantir o processo escolar, seja na merenda, no financiamento ou nas mudanças curriculares. É um processo de acúmulo que se consolida cada vez mais", acredita.


A bancada da educação

Câmara

Deputados reeleitos


Angelo Vanhoni (PT-PR): atual presidente da Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Casa, inicia em 2011 seu segundo mandato. Participou de forma ativa da Conferência Nacional de Educação (Conae).

Alice Portugal (PcdoB-BA): membro da CEC, a deputada trabalha com os temas da juventude e ensino superior público. O movimento estudantil é uma de suas bases principais.

Fátima Bezerra (PT-RN): pedagoga e professora, vai para o terceiro mandato. Foi relatora da lei que criou o Fundeb e coordena a Frente Parlamentar em Defesa do Piso dos Professores.

Gastão Vieira (PMDB-MA): eleito para seu quinto mandato, licenciou-se em 2009 para assumir a Secretaria de Planejamento do governo Roseana Sarney. Também foi secretário estadual de Educação e é titular da CEC.

Paulo Rubem Santiago (PDT-PE): professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi líder de entidades de representantes da categoria. É atual vice-presidente da CEC.

Gilmar Machado (PT-MG): professor de história, é membro da CEC e da Frente Parlamentar Evangélica. É dele o projeto de lei para permitir que os alunos de cursos pedagogia quitem a dívida do Fies com trabalho na rede pública.

Reginaldo Lopes (PT-MG): trabalha pela criação de políticas públicas para a juventude. É membro da CEC e relator do projeto que reconhece a responsabilidade do Estado pela destruição da sede da UNE durante a ditadura.

Ivan Valente (PSOL-SP): trabalha especialmente com questões do ensino superior e critica o atual modelo de avaliação educacional do país. Eleito deputado pela quinta vez, foi titular da CEC.

Nilson Pinto (PSDB-PA): professor e ex-reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), começa em 2011 o quarto mandato. É titular da CEC e trabalha pela expansão do ensino superior no seu estado.

Raimundo Gomes de Matos (PSDB/CE): médico, divide sua atuação na casa entre a saúde e a educação. É suplente da CEC e já foi quatro vezes eleito deputado federal.

Chico Lopes (PCdoB-CE): é professor e atua principalmente na defesa da categoria. Foi eleito para o seu segundo mandato.

Professor Sétimo (PMDB-MA): foi líder do sindicato dos professores no Maranhão. É titular da CEC e inicia em 2011 seu segundo mandato.

Osmar Serraglio (PMDB-PR): professor universitário, atua pela expansão do ensino superior e técnico no seu estado. É suplente da CEC.

Henrique Afonso (PV-AC): ex-líder sindical e professor universitário, foi eleito pela terceira vez. É um dos idealizadores da Universidade da Floresta, extensão da UFAC. É também membro da Frente Parlamentar Evangélica.

Alceni Guerra (DEM-PR): suplente da CEC, é o autor da proposta que institui jornada integral nas escolas públicas, projeto que ainda tramita na casa.

Novos

Alessandro Molon (PT-RJ): foi professor da rede estadual e é advogado. Em seus dois mandatos como deputado estadual, a educação foi uma das principais bandeiras.

Artur Bruno (PT-CE): é professor há 30 anos. Foi eleito duas vezes deputado estadual. Comandou a comissão de educação da Assembleia do Ceará.

Newton Lima Neto (PT-SP): foi duas vezes prefeito de São Carlos, reitor da UFSCar e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). É engenheiro químico e professor universitário. Próximo ao presidente Lula, chegou a ser cotado para o ministério de Dilma.

Gabriel Chalita (PSB-SP): ligado à Igreja Católica, foi secretário de Educação de São Paulo. É autor de mais de 50 livros sobre educação, ética e filosofia. Teve papel importante na campanha de Dilma durante o segundo turno.

Professora Dorinha (DEM-TO): foi presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) quando estava à frente da pasta no Tocantins. Foi professora e diretora de escola estadual.

Ságuas Moraes (PT-MT): foi deputado estadual e secretário de Educação do governo Blairo Maggi. É economista.

Pedro Uczai (PT-SC): foi deputado estadual e liderou a comissão de educação na Assembleia, onde aprovou legislação que garante bolsas de estudo no ensino superior para a população.

É professor universitário.

Antonio Imbassahy (PSDB/BA): ex-governador da Bahia, colocou a educação como prioridade para o seu mandato. Prometeu trabalhar especialmente pelo ensino profissionalizante.

Cesar Colnago (PSDB/ES): é médico e foi secretário de Educação de Vitória. Em seus mandatos como deputado estadual, atuou principalmente na educação.

Senado

Senadores que permanecem no cargo ou reeleitos

Marisa Serrano (PSDB-MS): atual vice-presidente da Comissão de Educação da Casa, termina o mandato só em 2014. Formada em letras e pedagogia, foi professora, diretora de escola e secretária de Educação do estado.

Inácio Arruda (PcdoB-CE): membro da CE, o senador é relator do projeto de lei que criou a Universidade da Integração Luso-afro Brasileira (Unilab), a última das 14 criadas no governo Lula.

Cristovam Buarque (PDT-DF): um dos nomes mais atuantes da educação no Congresso, inicia seu segundo mandato. Foi ministro da Educação e é autor de projetos como o do Piso Nacional do Magistério.

Novos

Lídice da Mata (PSB-BA): ex-prefeita de Salvador, foi deputada federal (2007-2011) e membro da Comissão de Educação da Câmara. É economista e começou a carreira no movimento estudantil.

Ângela Portela (PT-RR): foi membro da Comissão de Educação da Câmara e agora segue para o Senado. Trabalhou como professora da rede estadual de Roraima.

Lindberg Faria (PT/RJ): ex-líder estudantil do movimento caras-pintadas. Foi duas vezes deputado federal e prefeito de Nova Iguaçu, onde criou programas para facilitar o ingresso de jovens no ensino superior.

Marinor Brito (PSOL-PA): ficou com a vaga depois que o TSE barrou a candidatura de Jader Barbalho. É professora da rede pública e uma das líderes sindicais da categoria no estado.

Marta Suplicy (PT-SP): liderança nacional do partido, foi deputada federal, prefeita de São Paulo e ministra do Turismo. Em sua gestão paulistana, destacou-se pelo projeto dos Centros de Educação Unificados (CEUs).

Paulo Bauer (PSDB-SC): foi vice-governador do estado e quatro vezes deputado federal. Licenciou-se do último mandato na Câmara para assumir a Secretaria de Educação no governo de Luiz Henrique da Silveira, cargo que ocupou por três anos.

'Educação' foi destaque na Campus Party Brasil 2011




Além de celebridades do mundo da tecnologia, o evento também mobilizou especialistas para debater os desafios de educar na cultura digital. Confira uma síntese da cobertura realizada por blogueiros-educadores a convite do EducaRede

Participantes da mesa Educação e Cultura Digital: uma combinação necessária, organizada pela Fundação Telefônica e Instituto Vivo

Entre os dias 17 e 23 de janeiro, foi realizado um dos maiores eventos da cultura digital em São Paulo: a Campus Party Brasil 2011. Milhares de geeks lotaram o pavilhão do Centro de Exposições Imigrantes, que recebeu também celebridades como o vice-presidente dos Estados Unidos e Nobel da Paz Al Gore e Tim Berners-Lee, um dos criadores da internet. Eles se apresentaram no segundo dia do evento e enfatizaram, sobretudo, a importância do acesso livre à internet (veja reportagem no Portal do Cenpec).

A senadora Marina Silva foi destaque em encontro com os campuseiros - nome dado aos participantes que acampam no local do evento. Ela falou sobre o uso das mídias sociais durante a sua campanha eleitoral e a importância de uma política que ofereça internet gratuita para população. Em entrevista ao EducaRede, Marina comentou sobre o potencial pedagógico da internet e das redes sociais (ouça podcast).

“Educação” também foi tema de discussão na CP Brasil 2011, incluindo debates e mesas-redondas organizadas pela Fundação Telefônica e Instituto Vivo. Nessas ações, quem brilhou foi um brasileiro de 17 anos, Rene Silva, do jornal Voz da Comunidade. Ele ficou conhecido no final de novembro de 2010 por liderar o grupo de jovens moradores do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, que noticiou pelo Twitter os acontecimentos decorrentes da invasão da polícia em busca de traficantes de drogas.
E ele ainda vai a Paris!

Junto com Rene Silva, Priscila Gonsales, do Programa EducaRede, visitou o Morro do Adeus, no Complexo do Alemão (RJ), e a redação do jornal Voz da Comunidade, editado pelo jovem de 17 anos. Em um interessante relato, Priscila descreve suas impressões sobre o local e conta sobre a rotina e hábitos do repórter comunitário, que deve conhecer Paris ainda este ano, a convite de uma professora de francês do Consulado da França no Rio de Janeiro. Confira.

O estudante falou ao EducaRede sobre a importância que a escola teve para a sua descoberta do universo digital. Ouça o podcast.


Rene participou do Painel Geração interativa: Nada será como antes, no terceiro dia do evento, ao lado de Ivelise Fortim (NPPI-PUC), Volney Faustini (Nativos digitais) e Luciana Cavalini (Grupo Telefônica), com mediação de Priscila Gonsales, coordenadora do Programa EducaRede. O jovem foi apresentado como exemplo positivo dessa nova geração que se forma e é educada no contexto digital (veja os relatos nos blogs EducaRede por Aí, Lousa Digital e Mãe com Filhos), e a escola abriu caminhos para ele se inserir na cultura digital e fazer bom uso de recursos como blog e Twitter (ouça podcast ao lado, no box).

“O que é educar na cultura digital?” foi discutido na mesa-redonda Educação e Cultura Digital: uma combinação necessária, realizada no dia 20 de janeiro, com a participação de Bianca Santana, coordenadora do Projeto Recursos Educacionais Abertos na Casa da Cultura Digital; Priscila Gonsales, que também é representante do Grupo de Estudos Educar na Cultura Digital; Luciano Meira, da Olimpíada de Jogos Digitais e Educação (OjE), e a professora Débora Sebriam, do Centro Educacional Pioneiro.

Mais do que incluir as tecnologias nas aulas, educar na cultura digital, segundo os debatedores, está relacionado a uma mudança nas relações de ensino/aprendizagem e professor/aluno. “Educar na cultura digital equivale a aprender na cultura digital", ressaltou Bianca. E Debora finalizou “Educar na cultura digital é educar para o diálogo” (confira mais nos blogs Educa Já e História Digital).

No dia 21 de janeiro, a mesa "Tecnologia e Cultura: produção, difusão e acesso", também promovida pela Fundação Telefônica e Instituto Vivo, apresentou projetos que utilizam recursos digitais a serviço da produção e difusão de bens culturais. Participaram André Mintz (vencedor do Prêmio Conexões Tecnológicas 2008, voltado a estudantes que trabalham com arte e tecnologia), Kollontai Diniz (Brasiliana USP), Henry Grazinoli (Projeto Tela Brasil) e Gabriel Faria, coordenador da Rede Mocoronga. Gabriel, um jovem de 16 anos, veio de Belterra, no Pará, para contar sua história como monitor de Telecentro e coordenador do projeto de comunicação comunitária envolvendo municípios localizados na Floresta Amazônica (veja entrevista com Gabriel).

Após o debate, Sérgio Mindlin, diretor-presidente da Fundação Telefônica, apresentou o concurso Minha Vida Mudou, lançado durante a CP Brasil 2011 pela Fundação Telefônica, o portal Terra e o Instituto Vivo. Para participar, basta enviar um vídeo, uma foto ou um texto com o tema "Como a tecnologia transformou a sua vida?". O principal critério para seleção das melhores obras é a criativade do autor. Segundo Mindlin, "a ideia é que o concurso proporcione reflexão sobre hábitos associados ao uso da tecnologia, que hoje parecem básicos, mas não faziam parte do dia-a-dia das pessoas há 15 anos" (saiba mais sobre o concurso).

fonte: http://cenpec.org.br/biblioteca/oficinas-de-educacao-integral/arte-e-cultura/apreciar-conhecer-musica