sábado, 10 de maio de 2008

Por que a possibilidade do conhecimento deve ser explicada pela contribuição da sensibilidade e do entendimento?




Para Kant o conhecimento consiste na função das estruturas a priori do sujeito cognitivo. O conhecimento humano resulta da operação combinada dos sentidos e do entendimento. Pelos sentidos, os objetos são-nos dados; pelo entendimento, tornam-se pensáveis. A estrutura dos nossos sentidos determina o conteúdo da nossa experiência; a constituição do nosso entendimento determina a sua estrutura. Para Kant, o filósofo tem de estudar quer a sensibilidade, a que chama estética transcendental, quer o entendimento, a que chama de lógica transcendental. No primeiro caso, Kant concede a faculdade da sensibilidade como algo que em si mesmo é um poder passivo para receber representação. Contudo, traça uma distinção entre a matéria e a forma da nossa experiência. A matéria é o que deriva diretamente destas sensações, a forma dada pelo nosso entendimento é o que permite ao caos do que nos aparece tomar uma ordem. No segundo caso o entendimento aparece como a parte mais criativa do espírito. É o entendimento que transforma os objetos da intuição sensível em objetos de pensamento. O entendimento e a sensibilidade são iguais e interdependentes. “Sem a sensibilidade, nenhum objecto nos seria dado; sem o entendimento, nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições são conceitos são cegas […] O entendimento nada pode intuir, e os sentidos nada podem pensar. Só pela sua reunião se obtém conhecimento” .

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