quarta-feira, 24 de junho de 2009

TERCEIRO SETOR...


TERCEIRO SETOR

GIFEO GIFE, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas, é um órgão de iniciativa privada que atua no fortalecimento do Terceiro Setor, buscando soluções para as desigualdades sociais do país e oferecendo apoio a institutos e fundações que realizam investimento social voluntário. Seu site traz dados institucionais do GIFE, informações sobre suas publicações, agenda de cursos, congressos e seminários, clipping, entrevistas e textos relacionados para download.
IBASENetO Ibase - Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, é uma ONG comprometida com a defesa dos direitos humanos. No site há informações sobre seus projetos e iniciativas envolvendo Meio Ambiente e democracia, direitos da mulher, segurança alimentar, notícias sobre a Agenda Social Rio, além de oferecer leitura on-line ou download do Jornal da Cidadania e disponibilizar seu catálogo de publicações e vídeos.
Instituto ETHOSInstituto que visa orientar empresas a incorporar o conceito de responsabilidade social em projetos e iniciativas de ação comunitária. No site estão disponíveis manuais detalhados e textos de suas publicações, com reflexões e sugestões para projetos relativos à sociedade e ao Meio Ambiente, direitos humanos, cidadania, trabalho e ação voluntária. Além disso, há notícias atualizadas, informações sobre conferências, campanhas desenvolvidas e sugestões de leituras relacionadas.
Filantropia.orgApresentando-se como O Portal do Terceiro Setor, o Filantropia.org traz informações sobre projetos, ações voluntárias e empresas filantrópicas nacionais, artigos e notícias do Terceiro Setor, além de permitir consultar seu banco de profissionais voluntários e fazer doações através de cliques.
IPEAO Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, foi criado para complementar a ação do Governo Federal em iniciativas sociais que contem com a participação de empresas privadas. Apresenta no site informações sobre suas pesquisas relacionadas a empresas nas cinco regiões brasileiras e os resultados obtidos, download de relatórios, gráficos, tabela e entrevistas relacionadas.
Cidadania-e / Fundação Banco do BrasilSite da fundação, que promove e apóia ações para a educação, cultura, saúde, recreação, desportos, ciência e tecnologia. O site traz informações detalhadas sobre seus programas comunitários, bem como notícias, matérias, artigos, entrevistas e fórum, além de agenda de eventos relacionados ao Terceiro Setor no Brasil.
Empreendedor SocialO Prêmio Empreendedor Social Ashoka/McKinsey tem como objetivo promover conceitos de negócios inovadores e capacitar Organizações da Sociedade Civil (OSCs) a desenvolver planos de negócios para seus projetos sociais, usando a metodologia McKinsey, com apoio de universitários e outros executivos. conheça mais sobre a iniciativa neste site.
Acadêmia de Desenvolvimento SocialO mundo do terceiro setor abre diversas possibilidades de trabalho e atuação. Neste site você encontra dicas e orientações de como criar, desenvolver ou participar de empreendimentos sociais. Seja um empreendedor de sucesso, investindo na área social!
RITSA Rits é uma organização sem fins lucrativos, empenhada em oferecer informações sobre o terceiro setor e acesso democrático à tecnologia de comunicação e gerência do conhecimento. Conheça um pouco mais as atividades do RITS, acessando este site.

Conferência Internacional do Ethos

A Conferência Internacional do Ethos já é a maior referência latino-americana do movimento de Responsabilidade Social Empresarial (RSE). Não é à toa, pois depois de 10 edições, este evento se configura junto às pautas do movimento. A Conferência acompanha tendências e promove o relacionamento entre interessados e envolvidos neste universo que se mobiliza rumo a um mercado socialmente responsável. Em 2009 não será diferente. O Instituto Ethos assume a sua posição junto às empresas neste período delicado da economia global. Entende-o como um momento crucial para as diretrizes da RSE, sendo um período fértil em oportunidades àqueles que querem firmar a sua participação no novo modelo econômico que começa a ser construído. Rumo a uma Nova Economia Global: a Transformação das Pessoas, das Empresas, e da Sociedade. A crise financeira que atingiu as maiores economias do planeta expôs a instabilidade do atual modelo de sistema financeiro e dos padrões de produção e consumo do nosso mundo globalizado. As conseqüências perversas desse sistema econômico estão se tornando cada vez mais visíveis, e nosso planeta também está sofrendo. É preciso repensar as nossas atuações enquanto seus habitantes. E o mundo já começa a discutir um outro tipo de mercado, baseado em novas formas de relacionamento. O movimento de RSE está no centro desta discussão, e com a Conferência Internacional do Ethos não poderia ser diferente. O tema deste ano comporta a forma socialmente responsável de sair da crise, a criação de uma nova economia global e as transformações implicadas neste processo. Participe. Acesse: http://www1.ethos.org.br/EthosWeb/pt/1273/o_instituto_ethos/o_que_fazemos/programas_e_projetos/itens/conferencia_internacional_ethos_2009_.aspx

O que é um PDA

O que é um PDA?

Programa de Desenvolvimento de Área
A principal estratégia de intervenção para o fomento do desenvolvimento local utilizada pela Visão Mundial é o PDA, Programa de Desenvolvimento de Área. Esta é uma forma concreta de ação que gera impacto transformador em uma determinada área, incorporando às ações desenvolvidas os conceitos de fortalecimento institucional, mobilização, participação, planejamento e avaliação comunitária.
A metodologia contribui para o desenvolvimento local sustentável das comunidades apoiadas, com a integração de diversas áreas, com a integração de diversas áreas programáticas. O apoio a grupos vulnerabilizados social e economicamente, através dos programas desenvolvidos, pretende diminuir as desigualdades, promover a inclusão social, desenvolver o protagonismo e estimular a vida associativa das populações.
Os programas desenvolvidos pela Visão Mundial cobrem as seguintes áreas de desenvolvimento: educação, saúde, desenvolvimento econômico, desenvolvimento rural, organização comunitária, direitos humanos, habilitação e socorro em situações de emergências humanitárias.

Saiba mais:
http://www.visaomundial.org.br/visaomundial/programas/oqueepda/

terça-feira, 23 de junho de 2009

África hoje...

Dados "chocantes" sobre a África
Duas estatísticas negativas chamaram a atenção sobre a África na semana passada.
A primeira é nada menos do que chocante. Um estudo do Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul concluiu que 27% dos homens do país já estupraram uma mulher.
A outra é da FAO, o órgão das Nações Unidas sobre agricultura e alimentação. Diz que 1 bilhão de pessoas no mundo passa fome. Não é exclusiva sobre a África, portanto, mas foram imagens de africanos esqueléticos que rechearam as reportagens de TV sobre o estudo. Quando se fala em fome, se fala em África.
Deixemos de lado a lamentável constatação de que mais uma vez o que gera notícia na África são duas desgraças. Não há muito que fazer quanto a isso.
Chama a atenção em um caso e no outro a beleza dos números arredondados. Veja que coincidência feliz para os pesquisadores e para nós, jornalistas. 1 bilhão que passam fome é um número deliciosamente fácil de ser entendido: melhor ainda, é 1 em casa 6 habitantes do planeta. Muito mais apropriado do que falar em 875 mil, ou 1.135.000, e muito mais fácil de manchetar.
E o caso da África do Sul? 27% é um número interessante também. A BBC arredondou para baixo, dizendo que “1 em cada 4” sul-africanos já estuprou. Outros veículos arredondaram para cima, preferindo a expressão “quase um terço”.
Onde estou querendo chegar? Uma das máximas do jornalismo é que números, se bem torturados, dizem qualquer coisa. De posse de uma mesma planilha de dados, se faz “n” matérias diferentes, algumas indo em direções totalmente opostas.
A FAO e a entidade sul-africana provavelmente são entidades sérias que jamais falsificariam dados. Não duvido que tenham pesquisadores sérios e criteriosos em seus quadros. Mas também desconfio que não resistiram à tentação da manchete fácil.
Desconfie de números redondos. Numa análise superficial, é possível estabelecer fragilidades nas duas pesquisas.
A da fome no mundo é uma aproximação (admitida, aliás, pela própria organização). Outros poderiam dizer que se trata de um chute, mas não chego tão longe. É simplesmente impossível sabermos quantas pessoas passam fome no mundo, porque diferentes indivíduos numa mesma área têm acesso diferenciado à comida. Não basta pegar uma região como Darfur, ou um país como o Zimbábue e colocar sua população toda na coluna dos que passam fome. A FAO, então, trabalhou com uma faixa estatística de probabilidade e resolveu cravar o número de 1 bilhão, por uma incrível “coincidência”.
A pesquisa sul-africana, por outro lado, tem uma limitação óbvia. Foi realizada em apenas duas das nove províncias (Estados) sul-africanos, o Cabo Oriental e Kwa-Zulu Natal. Que são basicamente as duas mais violentas do país. É como fazer uma pesquisa sobre violência no Rio de Janeiro analisando apenas o Complexo do Alemão.
ONGs humanitárias e organizações internacionais prestam serviços inestimáveis na África e em outras partes do mundo subdesenvolvido, mas podem também se tornar parte do problema quando passam a depender desse problema. Tendem a exagerar dados negativos e realçar dados catastrofistas porque precisam justificar sua existência e seu trabalho.

Saiba mais: http://penaafrica.folha.blog.uol.com.br/arch2009-06-21_2009-06-27.html#2009_06-22_09_34_23-129032461-0

Taxa de desemprego brasileira...

23/06/2009 - 12h24
Taxa de desemprego brasileira sobe no ano, mas perspectiva é de melhora
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YGOR SALLESda Folha Online
A taxa de desemprego nas principais regiões metropolitanas brasileiras deverá fechar o ano maior que a de 2008, mas longe de subir como em outros países, apontaram economistas do Fundação Seade e do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Depois de se manter estável em 15,3% de abril para maio, alguns sinais apontam para a manutenção da taxa nos próximos meses e até uma eventual melhora no segundo semestre, quando se espera uma recuperação da atividade econômica.
A pesquisa ainda surpreendeu pela retomada dos empregos com carteira assinada --o que, para ps pesquisadores, é um sinal de que há mais confiança por parte do empresariado.

Saiba mais: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u585105.shtml

Voltando à cena!!!

Gente, estive ausente por conta dos estudos... Agora que finalizei todas as disciplinas do doutorado, estou voltando ao espaço do blog... Criei meu twitter e espero que possamos manter as novidades em dia! Grande beijo... Ótima semana...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

PRÁTICAS DE RS

1 PRÁTICAS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL
A responsabilidade social constitui-se em ações transformadoras financiadas e desenvolvidas pelas entidades empresariais como forma de promover a inserção social, bem como de intervenção direta da empresa no contexto socioeconômico, visando auxiliar na solução de problemas sociais.
Atingir o status de socialmente responsável não significa apenas respeitar e cumprir devidamente as obrigações legais, mas também de desenvolver ações efetivas em prol da sociedade, seja através da melhoria das condições de trabalho dos próprios empregados, de respeitar e atuar com ética perante os colaboradores. A responsabilidade social envolve práticas que transcendem o mero zelo pelo capital humano, o respeito pelo meio ambiente e pela comunidade enquanto consumidora, requer atitude efetiva de envolvimento da empresa com as questões sociais, visando alcançar melhorias.
Como anunciam Paola Capellin e Gian Mário Giuliani, a responsabilidade social da empresa pode ser traduzida como um estágio de evolução da empresa em busca de sua excelência e plena realização:
Na busca de eficiência e excelência empresarial, parece não ser mais satisfatória a tradicional alquimia do cálculo custo-benefício com o aumento da produtividade e a ampliação das vendas no mercado. Os critérios de avaliação do sucesso começam a incorporar dimensões que vão além da organização econômica e que dizem respeito à vida social, cultural e à preservação ambiental. Pode-se dizer que a eficiência não é só "fazer as coisas bem", segundo as regras de mercado, mas é "fazer as coisas boas", segundo princípios éticos. [01]
A responsabilidade social liga-se diretamente à consciência social e ao dever cívico, e se caracteriza por não ser individual, já que reflete a ação de uma empresa em prol da cidadania. Busca ainda estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva, onde a ética social é centrada na ânsia de alcançar uma sociedade mais justa e humanitária, vez que são estendidas a todos que participam da vida em sociedade, indivíduos, governo, empresas, grupos sociais, igreja, partidos políticos e outras instituições.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria, tem-se como definição para a responsabilidade social:
A Responsabilidade Social Empresarial consiste num conjunto de iniciativas por meio das quais as empresas buscam – voluntariamente – integrar considerações de natureza ética, social e ambiental às suas interações com clientes, colaboradores, fornecedores, concorrentes, acionistas, governos e comunidades – as chamadas "partes interessadas" – visando ao desenvolvimento de negócios sustentáveis. [02]
É relevante perceber que a responsabilidade social e cidadã das empresas se dão por meio de políticas sociais e ambientais aplicadas em dois âmbitos, segundo o alvo das políticas sociais: a responsabilidade social interna e a responsabilidade social externa.
1.1Práticas de responsabilidade social internas
Quando a efetivação das práticas de responsabilidade social é voltado para o âmbito da empresa, diz-se que a responsabilidade social é interna. Deste modo, quando as empresas possuem práticas de responsabilização que afetam em um primeiro momento seus próprios empregados, a saúde e a segurança no trabalho e a gestão dos recursos naturais utilizados na própria produção, estar-se-á diante de práticas de responsabilidade empresarial interna.
Em relação ao trabalho humano são muitas as possibilidades de desenvolvimento de iniciativas de responsabilidade social interna. Ultrapassam o mero respeito à legislação trabalhista, para surgirem como práticas que propiciem a promoção e o aprendizado permanente. Possibilitam uma melhora do nível de informação sobre a empresa; um maior e melhor equilíbrio entre trabalho, família e lazer; possibilitar a igualdade salarial; ampliar as perspectivas profissionais para as mulheres; promover a participação dos lucros para os empregados; permitir que empregado atue em algumas decisões da empresa; respeito ao trabalho e aproveitamento adequado da formação dos trabalhadores; e a não descriminação de trabalhadores do sexo feminino ou de indivíduos advindos de minorias étnicas.
Outra forma de atingir a responsabilidade empresarial interna, no que se refere ao trabalho humano, pode ocorrer no momento de reestruturação das empresas. Corporações responsáveis, em momentos de modificações em sua estrutura, são aquelas que se preocupam com o bem-estar dos trabalhadores e que levam em consideração seus interesses. Assim em uma reestruturação de empresa, é internamente responsável a organização que possibilita a discussão entre a diretoria e os trabalhadores, principalmente em relação àqueles empregados que serão, eventualmente, demitidos ou remanejados.
Em relação a um ambiente propício ao desempenho do trabalho, a responsabilidade social da empresa se verifica quando cumpre a legislação de segurança do trabalho e complementarmente aumenta o nível de saúde e segurança no local do trabalho. Promove o bem-estar dos empregados e proporciona momento de integração entre os diretores e demais trabalhadores.
Outro ponto que evidencia a preocupação das empresas com a segurança no trabalho é a inclusão de critérios de saúde e segurança nos programas de contratação e recrutamento. Hoje várias empresas, a maioria também européias, possuem requisitos de formação em saúde e segurança no trabalho como critério de contratação, fato que contribui para a diminuição de acidentes de trabalho.
Assim, efeitos positivos diretos das citadas práticas de responsabilidade social interna em relação aos recursos humanos e o ambiente de trabalho, além das já mencionadas, atingem o ambiente de trabalho, interferindo positivamente na produtividade. Este aumento na produtividade ocorre em virtude do comprometimento da empresa na motivação dos trabalhadores, proporcionando-lhes melhores condições de labor, segundo entendimento de Ciro Torres:
(...) quem não investe na educação e no progresso dos seus próprios funcionários e não está atento com a saúde e a alimentação de toda equipe - pagando baixos salários e exigindo longas jornadas de trabalho - só vai colher baixa produtividade, pouco compromisso e dedicação. Além de muito desperdício de materiais e matérias primas. Como da mesma forma e pelos mesmos motivos, terá funcionários faltosos e grande rotatividade de mão-de-obra, que obviamente vai acabar comprometendo a qualidade dos produtos e serviços, num enorme desperdício de treinamento e formação. [03]
Questão que merece destaque diz respeito ao cumprimento dos direitos ditos humanos e dos tratados internacionais relacionados às matérias trabalhistas, como por exemplo daqueles preceitos oriundos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em que pese alguns não estejam devidamente incorporados em nossa legislação trabalhista, fato que se expressa pela não utilização do trabalho de forma degradante ou escrava, contratação de trabalhador mediante remuneração justa e suficiente à satisfação das necessidades mínimas do homem, bem como a recusa em aceitar parcerias comerciais com empresas que não respeitam tais direitos.
Constituem-se ainda práticas de responsabilidade social interna, a não adoção do trabalho infantil; preservação da liberdade de associação, onde os direitos dos trabalhadores de se associar a grupos e sindicatos permanece hígido e ainda, é incentivado. Outro ponto que evidencia uma empresa responsável, diz respeito ao repúdio de práticas que importam na discriminação do trabalhador, seja baseada na nacionalidade, raça, cor, sexo, orientação sexual, deficiência física, condição financeira; não utilização de práticas punitivas vexatórias ou ainda, a aversão à adoção de coerção e abuso verbal aos trabalhadores.
Em se tratando das práticas de responsabilidade social que dizem respeito ao meio ambiente, em âmbito interno, a empresa responsável implementa formas de atuação capaz de minimizar o consumo de recursos não renováveis, maximizar a utilização dos insumos utilizados no processo produtivo, de forma a evitar o desperdício dos recursos naturais.
Em apego às questões ambientais, a empresa responsável promove a reciclagem e o uso alternativo dos refugos do material utilizado no processo produtivo, ou dos excedentes da produção. Outras formas de evidenciar atuações responsáveis advém da busca pela redução do gasto energético ou a procura de insumos alternativos na produção. Estas iniciativas, além de preservar o meio ambiente e os recursos naturais, proporcionam vantagens financeiras, ainda que a curto prazo, na medida em que diminui os custos de produção.
1.2.Práticas de responsabilidade social externas
Com relação à dimensão externa da responsabilidade social das empresas, cujos efeitos benéficos se irradiam não apenas na circunscrição das empresas, mas se projetam para o ambiente social externo. Assim, a responsabilidade social externa ultrapassa os limites das relações da empresa com seus empregados e o melhor aproveitamento dos insumos de produção, mas reforça a relação da empresa com seus fornecedores, consumidores, comunidade e com o meio ambiente em relação aos resíduos de produção.
Inegável se considerar que as empresas são diretamente ligadas ao contexto físico-ambiental do local onde estão inseridas, vez que as atividades desenvolvidas poderão influenciar fortemente na qualidade do ar, das águas, poluição acústica, contaminação do solo, no nível de congestionamento das estradas ou no volume de poluentes lançados no ar, bem como da produção de resíduos oriundos do processo produtivo. Assim, é necessário se pensar na implementação de política de diminuição da emissão de dejetos, agentes tóxicos que provoquem distúrbios na qualidade do meio ambiente. Tais atitude poderão igualmente serem vistas como atitudes responsáveis pelas empresas.
A questão da proteção ao meio ambiente e da adoção de práticas que garantam a estabilidade do ecossistema natural, as empresas devem pautar suas atividades em modelos de desenvolvimento sustentáveis, pois não se pode admitir uma cadeia produtiva baseada em sacrifícios dos recursos naturais. Assim, a empresa responsável é também aquela que implementam ações e promove a participação da população, em um grande movimento de conscientização da comunidade em relação às questões ecológicas.
Importante destacar posicionamento do Conselho Nacional das Industrias, no que se refere ao modelo de produção pautado em práticas que respeitem o meio ambiente, ao propor:
A experiência tem demonstrado que a gestão ambiental, ao reduzir as perdas e o desperdício de energia e de materiais, significa não apenas um passo extremamente importante para a preservação da qualidade de vida em nosso planeta, mas também para o controle e a redução de custo dentro das próprias empresas. [04]
Todo o processo produtivo deve-se pautar em ações que causem impactos positivos no meio ambiente, patrocinando ativistas e organizações não-governamentais de defesa do meio ambiente, ou ainda, trabalha no oferecimento de cursos adicionais com ênfase em formação ecológica e valorização dos recursos naturais, principalmente elegendo formas de energia menos poluentes no processo produtivo.
As sociedades empresariais são entidades altamente modificadoras do contexto socioeconômico, já que interferem diretamente na realidade da sociedade, onde estão inseridas. Sob uma ótica meramente geográfica, a situação da empresa, em relação à comunidade, tornam-se importantes postos de trabalho e em muitos dos casos, são também responsáveis pelos níveis de salário e renda, bem como do recolhimento de impostos.
Diante deste ponto de vista, percebe-se que a prosperidade econômica, a estabilidade dos mercados, a saúde e o bem-estar das comunidades circunscritas às empresas, guardam para com estas, uma relação de dependência socioeconômica. Este liame presente nas relações empresariais enquanto agentes de transformação social, tornam-se ainda mais estreitos quando as empresas adotam posicionamento de comprometimento com o desenvolvimento da comunidade, principalmente nas regiões agravadas pelas injustiças e exclusão social.
No que se refere às práticas de auxílio direto da empresa à comunidade, as cidadãs contratam pessoas socialmente excluídas, como por exemplo, os indivíduos com baixos níveis de escolarização e os portadores de deficiências incapacitantes. Ainda, proporcionam creches para os filhos dos empregados, como meio de garantir a permanência do empregado na empresa e promover atividades pedagógicas com as crianças, manifestando-se contra o trabalho infantil e propiciando educação e um futuro digno.
A empresa, enquanto atuante na sociedade, propicia a participação popular através do incentivo à formação e fomento às associações comunitárias, e que realiza doações às obras beneficentes. Como atividade transformadora, a empresa responsável busca incentivar o lazer, a cultura através da concessão de patrocínios.
Em relação aos consumidores e fornecedores, dentro do aspecto corporativo, as empresas cidadãs buscam a intensa colaboração com seus parceiros e clientes, através da implementação de medida que diminuem custos, aumentam a qualidade e segurança dos produtos e serviços, sempre atuando com ética, competência e seriedade. Tal qual preceitua a Confederação Nacional da Indústria, quando a empresa na esfera de influência de seus negócios:
Elas estabelecem critérios de relacionamento ou desenvolvem programas que visam, por exemplo, disseminar práticas empresariais sustentáveis junto aos seus fornecedores, comunidades, distribuidores ou parceiros estratégicos, ou, ainda, junto aos fornecedores de seus fornecedores e assim por diante, modificando positivamente todo um conjunto de atividades que gravitam, direta ou indiretamente, no seu entorno. [05]
Empresas com responsabilidade social são aquelas que valorizam o comportamento empresarial, dentro de uma visão corporativista, impingindo à cadeia produtiva e de consumo maior eficiência com vistas a promover o bom relacionamento com outras organizações e com a própria sociedade.
Fonte: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9864

sábado, 10 de maio de 2008

Por que a possibilidade do conhecimento deve ser explicada pela contribuição da sensibilidade e do entendimento?




Para Kant o conhecimento consiste na função das estruturas a priori do sujeito cognitivo. O conhecimento humano resulta da operação combinada dos sentidos e do entendimento. Pelos sentidos, os objetos são-nos dados; pelo entendimento, tornam-se pensáveis. A estrutura dos nossos sentidos determina o conteúdo da nossa experiência; a constituição do nosso entendimento determina a sua estrutura. Para Kant, o filósofo tem de estudar quer a sensibilidade, a que chama estética transcendental, quer o entendimento, a que chama de lógica transcendental. No primeiro caso, Kant concede a faculdade da sensibilidade como algo que em si mesmo é um poder passivo para receber representação. Contudo, traça uma distinção entre a matéria e a forma da nossa experiência. A matéria é o que deriva diretamente destas sensações, a forma dada pelo nosso entendimento é o que permite ao caos do que nos aparece tomar uma ordem. No segundo caso o entendimento aparece como a parte mais criativa do espírito. É o entendimento que transforma os objetos da intuição sensível em objetos de pensamento. O entendimento e a sensibilidade são iguais e interdependentes. “Sem a sensibilidade, nenhum objecto nos seria dado; sem o entendimento, nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios; intuições são conceitos são cegas […] O entendimento nada pode intuir, e os sentidos nada podem pensar. Só pela sua reunião se obtém conhecimento” .

A ética em Kant

Kant descreveu seu sistema ético, o qual está baseado em uma crença de que a razão é a autoridade final para a moralidade. Os princípios éticos são derivados da racionalidade humana. A ética Kantiana pode ser considerada como uma ética do dever. A moral não poderia ter fundamento em observação dos costumes, ou em qualquer fórmula empírica. Não sendo conhecimento, despida, portanto, de tudo que seja empírico, "a moral é concebida como independente de todos os impulsos e tendências naturais ou sensíveis"... a moral "seria estabelecida pela razão" como reguladora da ação. Ações de qualquer tipo, ele acreditava, precisam partir de um sentido de dever ditado pela razão, e nenhuma ação realizada por interesse ou somente por obediência a lei ou costume pode ser considerada como moral. Dessa forma, Kant recusou todas as éticas anteriores, fundamentadas em normas e valores de origens diversas (as éticas heterônomas, as vindas de fora do sujeito, impostas por outras fontes que não a razão.)

Exercendo a cidadania!

Afinal, o que é ser cidadão?
Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais, fruto de um longo processo histórico que levou a sociedade ocidental a conquistar parte desses direitos.
Cidadania não é uma definição estanque, mas um conceito histórico, o que significa que seu sentido varia no tempo e no espaço. É muito diferente ser cidadão na Alemanha, nos Estados Unidos ou no Brasil (para não falar dos países em que a palavra é tabu), não apenas pelas regras que definem quem é ou não titular da cidadania (por direito territorial ou de sangue), mas também pelos direitos e deveres distintos que caracterizam o cidadão em cada um dos Estados-nacionais contemporâneos. Mesmo dentro de cada Estado-nacional o conceito e a prática da cidadania vêm se alterando ao longo dos últimos duzentos ou trezentos anos. Isso ocorre tanto em relação a uma abertura maior ou menor do estatuto de cidadão para sua população (por exemplo, pela maior ou menor incorporação dos imigrantes à cidadania), ao grau de participação política de diferentes grupos (o voto da mulher, do analfabeto), quanto aos direitos sociais, à proteção social oferecida pelos Estados aos que dela necessitam.
A aceleração do tempo histórico nos últimos séculos e a conseqüente rapidez das mudanças faz com que aquilo que num momento podia ser considerado subversão perigosa da ordem, no seguinte seja algo corriqueiro, “natural” (de fato, não é nada natural, é perfeitamente social). Não há democracia ocidental em que a mulher não tenha, hoje, direito ao voto, mas isso já foi considerado absurdo, até muito pouco tempo atrás, mesmo em países tão desenvolvidos da Europa como a Suíça. Esse mesmo direito ao voto já esteve vinculado à propriedade de bens, à titularidade de cargos ou funções, ao fato de se pertencer ou não a determinada etnia etc. Ainda há países em que os candidatos a presidente devem pertencer a determinada religião (Carlos Menem se converteu ao catolicismo para poder governar a Argentina), outros em que nem filho de imigrante tem direito a voto e por aí afora. A idéia de que o poder público deve garantir um mínimo de renda a todos os cidadãos e o acesso a bens coletivos como saúde, educação e previdência deixa ainda muita gente arrepiada, pois se confunde facilmente o simples assistencialismo com dever do Estado.
Não se pode, portanto, imaginar uma seqüência única, determinista e necessária para a evolução da cidadania em todos os países (a grande nação alemã não instituiu o trabalho escravo, a partir de segregação racial do Estado, em pleno século XX, na Europa?). Isso não nos permite, contudo, dizer que inexiste um processo de evolução que marcha da ausência de direitos para sua ampliação, ao longo da história.
A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que culminaram na Declaração dos Direitos Humanos, dos Estados Unidos da América do Norte, e na Revolução Francesa. Esses dois eventos romperam o princípio de legitimidade que vigia até então, baseado nos deveres dos súditos, e passaram a estruturá-lo a partir dos direitos do cidadão. Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados para que se ampliasse o conceito e a prática de cidadania e o mundo ocidental o estendesse para mulheres, crianças, minorias nacionais, étnicas, sexuais, etárias. Nesse sentido pode-se afirmar que, na sua acepção mais ampla, cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia.
Apesar da importância do tema e do significado da discussão sobre a cidadania não tínhamos, até agora, um livro importante sobre o tema, razão pela qual há cerca de dois anos começamos a organizar uma obra consistente sobre a história da cidadania. Inicialmente pensamos que a carência bibliográfica era apenas um problema brasileiro, mas aos poucos fomos percebendo que era um fenômeno mundial. Não havia, simplesmente, um grande livro sobre a história da cidadania. Quem quer que escrevesse sobre o assunto recorria ao sociólogo inglês T. H. Marshall, autor de um texto básico, mas que não tinha a pretensão de ser uma história da cidadania. De resto, achamos importante mostrar que a sociedade moderna adquiriu um grau de complexidade muito grande a ponto de a divisão clássica dos direitos do cidadão em individuais, políticos e sociais não dar conta sozinha da realidade.
Nossa proposta foi a de organizar um livro de história social, no sentido de não fazer um estudo do passado pelo passado, muito menos do passado para justificar eventuais concepções pré-determinadas sobre o mundo atual. Queríamos, isto sim, estimular a produção de textos cuidadosamente pesquisados, mas que se propusessem a dialogar com o presente. Não é por acaso que os textos dão conta de um processo, um movimento lento, não linear, mas perceptível, que parte da inexistência total de direitos para a existência de direitos cada vez mais amplos.
Sonhar com cidadania plena em uma sociedade pobre, em que o acesso aos bens e serviços é restrito, seria utópico. Contudo, os avanços da cidadania, se têm a ver com a riqueza do país e a própria divisão de riquezas, dependem também da luta e das reivindicações, da ação concreta dos indivíduos. Ao clarificar essas questões, este livro quer participar da discussão sobre políticas públicas e privadas que podem afetar cada um de nós, na qualidade de cidadãos engajados. Afinal, a vida pode ser melhorada com medidas muito simples e baratas, ao alcance até de pequenas prefeituras, como proibição de venda de bebidas alcoólicas a partir de certo horário, controle de ruídos, funcionamento de escolas como centros comunitários no final de semana, opções de lazer em bairros da periferia, estímulo às manifestações culturais das diferentes comunidades, e muitas outras. Sem que isso implique abrir mão de uma sociedade mais justa, igualitária, com menos diferenças sociais, é evidente.
História da Cidadania já surge, portanto, como obra de referência. Ao organizar a discussão sobre um assunto de que tanto se fala e tão pouco se sabe, ao estimular a produção de textos de intelectuais de alto nível, o livro dá conteúdo a um conceito esvaziado pelo uso indevido, e propicia uma reflexão sólida e conseqüente.
Fonte: JAIME PINSKY


http://www.espacoacademico.com.br/023/23res_pinsky.htm